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Petróleo fecha em alta de 8% após ataques entre Israel e Irã; bolsas recuam e ouro ganha força


Os preços do petróleo subiram mais de 8% nesta sexta-feira (13). Ao longo do dia, foram negociados próximos das máximas em meses, após Israel lançar ataques contra o Irã, provocando retaliações e elevando os temores de interrupção no fornecimento global.

Segundo dados da Bloomberg:

  • O barril tipo Brent (referência global) fechou com uma alta de 8,28% — um acréscimo de cerca de US$ 5,74 —, cotado a US$ 75,10. Mais cedo, chegou a US$ 78,50, o maior valor desde 27 de janeiro.
  • O petróleo WTI (referência nos EUA) fechou com um avanço de 8,69% — um acréscimo de US$ 5,91— e era negociado a US$ 73,95. Ele também atingiu uma máxima de US$ 77,62, o maior preço desde 21 de janeiro.

Os ganhos desta sexta-feira estiveram entre os maiores movimentos intradiários (que acontecem no mesmo dia) para ambos os contratos desde 2022, quando a invasão da Ucrânia pela Rússia provocou uma disparada nos preços da energia.

Em outros mercados, as ações despencaram e houve uma corrida para ativos considerados seguros, como o ouro, o dólar e o franco suíço.

Por que os ataques afetam os preços do petróleo?

Israel afirmou ter atacado instalações nucleares, fábricas de mísseis balísticos e comandantes militares iranianos, no início de uma operação que, segundo o governo, será prolongada para impedir que Teerã desenvolva uma arma nuclear. O Irã prometeu uma resposta severa.

O presidente dos EUA, Donald Trump, pediu que o Irã aceite um acordo sobre seu programa nuclear, a fim de evitar “os próximos ataques já planejados”.

A Companhia Nacional Iraniana de Refino e Distribuição de Petróleo informou que suas instalações de refino e armazenamento não foram danificadas e seguem operando normalmente.

Mas a principal preocupação é se os recentes acontecimentos afetarão o Estreito de Ormuz, por onde transita cerca de um quinto do consumo global de petróleo.

Essa importante hidrovia já vinha sendo considerada vulnerável devido à crescente instabilidade regional, mas até o momento não foi afetada. O fluxo de petróleo na região também segue inalterado.

No pior cenário, analistas do JPMorgan afirmaram na quinta-feira que o fechamento do estreito ou uma retaliação por parte dos principais produtores de petróleo da região poderia elevar os preços para a faixa de US$ 120 a US$ 130 por barril — quase o dobro da previsão atual.

“Se não houver esse fechamento, porém, a tendência dos preços do petróleo continua moderada, já que o temor de uma desaceleração econômica (com consequente menor demanda) vem ditando o tom nesse mercado”, pontua Paula Zogbi, estrategista-chefe da plataforma de investimentos Nomad.

Nesta sexta, o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol, publicou no X que está “monitorando ativamente o impacto dos confrontos entre Israel e o Irã nos mercados de petróleo” e destacou que “o sistema de segurança petrolífera da AIE tem mais de 1,2 bilhão de barris de estoques de emergência”.

No entanto, o secretário-geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) criticou a declaração, dizendo que ela “dispara alarmes falsos e projeta uma sensação de medo no mercado, ao repetir a necessidade desnecessária de potencialmente usar estoques de emergência de petróleo”.

“Avaliações semelhantes feitas em casos anteriores, mais recentemente em 2022, contribuíram para uma maior volatilidade do mercado e levaram a liberações prematuras de estoques que, em última análise, se mostraram desnecessárias”, afirmou Haitham Al Ghais.

O aumento de US$ 10 por barril nos últimos três dias ainda não reflete qualquer queda na produção de petróleo iraniana, tampouco uma escalada que envolva interrupções no fluxo de energia pelo Estreito de Ormuz, afirmou o analista do Barclays, Amarpreet Singh, em nota.

“A questão principal agora é se essa alta do petróleo durará mais do que o fim de semana ou uma semana. Nosso sinal é que há uma probabilidade menor de uma guerra total, e a alta do preço do petróleo provavelmente encontrará resistência”, disse Janiv Shah, analista da Rystad.

Ações recuam; ouro ganha força

No Brasil, a crise geopolítica trouxe volatilidade para o dólar, que oscilava entre altas e baixas após o ataque militar de Israel ao Irã gerar forte aversão ao risco, levando investidores a buscar refúgio em ativos considerados seguros.

O Ibovespa opera em queda, apesar da alta das ações da Petrobras, que registram ganhos.

As ações de Japão, da China e de Hong Kong fecharam em queda.

Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas no fechamento:

  • O índice Nikkei, do Japão, recuou 0,89%, a 37.834 pontos.
  • O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,59%, a 23.892 pontos.
  • O índice SSEC, de Xangai, perdeu 0,75%, a 3.377 pontos.
  • O índice CSI300, de Xangai e Shenzhen, retrocedeu 0,72%, a 3.864 pontos.

As ações europeias atingiram o menor nível em três semanas nesta sexta-feira. O índice Euro Stoxx 50, que reúne as principais empresas da zona do euro, caiu 0,89%, marcando sua quinta sessão consecutiva de queda e a maior sequência de perdas desde setembro de 2024.

Veja o desempenho das principais bolsas da Europa no fechamento:

  • O DAX, da Alemanha, caiu 1,07%;
  • O CAC 40, da França, recuou 1,04%;
  • O FTSE 100, do Reino Unido, caiu 0,39%;
  • O IBEX 35, da Espanha, caiu 1,27%;
  • O PSI20, de Portugal, caiu 0,69%.

Nos EUA, as ações do setor de energia eram exceção e disparavam.

Veja o desempenho das principais bolsas dos EUA por volta das 14h:

  • Dow Jones caía 1,11%, para 42.492,62;
  • S&P 500 caía 0,45%, para 6.018,31;
  • Nasdaq caía 0,43%, para 19.578,60.

“Não sabemos se isso vai se transformar em uma guerra regional maior, mas supondo que não seja o caso, o foco das ações europeias logo estará em outro lugar novamente”, disse Frank Oland, estrategista-chefe e chefe de estratégia de investimentos do Danske Bank.

Enquanto isso, o ouro XAU= , um porto seguro clássico em tempos de incerteza global, subia 1,32% para US$ 3.431.

Por g1 economia



Fonte: ClickPB

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