Os bastidores que o Palácio do Planalto prefere manter em silêncio.
O terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, iniciado em 2023, prometia reconstrução, pacificação política e governança ética. No entanto, em pouco tempo, seu ministério passou a estampar manchetes por motivos que nada têm a ver com gestão pública: denúncias de corrupção, tráfico de influência, prevaricação e até ligações com milicianos.
Vamos aos fatos sobre os bastidores que o Palácio do Planalto prefere manter em silêncio.
👉Daniela Carneiro: Turismo, milicianos e pressões políticas
Ex-ministra do Turismo, Daniela Carneiro foi a primeira mulher a cair do ministério, em meio a denúncias graves. Em sua campanha para deputada federal, contou com apoio de milicianos como Juracy Prudêncio, condenado por homicídio, e Fabinho Varandão, suspeito de liderar milícia em Belford Roxo (RJ). Ambos ocuparam cargos públicos ligados à sua base política.
Além disso, o grupo de Daniela foi acusado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de usar homens armados para coagir empresários da Baixada Fluminense. A denúncia envolvia o uso de servidores da guarda municipal em ações de intimidação. Daniela foi exonerada em julho de 2023.
👉Juscelino Filho: Um ministério nas sombras da corrupção
O então ministro das Comunicações, Juscelino Filho, foi indiciado pela Polícia Federal em 2024 por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa, fraude em licitação e falsidade ideológica. O caso envolveu o direcionamento de R$ 36 milhões em contratos para empresas ligadas à sua família e aliados em Vitorino Freire (MA), cidade governada por sua irmã.
A denúncia incluiu ainda o uso de avião da FAB para fins pessoais, como a participação em leilões de cavalos. A pressão política e o escândalo o levaram a renunciar em 2025.
👉Carlos Lupi: INSS e o escândalo de R$ 6 bilhões
Ex-ministro da Previdência Social, Carlos Lupi deixou o cargo após vir à tona um escândalo bilionário. O Ministério da Previdência autorizou, sem a devida fiscalização, descontos indevidos de aposentadorias para repasses a sindicatos — totalizando mais de R$ 6 bilhões.
A irregularidade envolveu o nome de Frei Chico, irmão de Lula, ligado a uma das entidades beneficiadas. A saída de Lupi gerou crise política e enfraqueceu ainda mais a imagem do governo.
👉Rui Costa: Consórcio Nordeste e o caso dos respiradores
Atual ministro da Casa Civil, Rui Costa é investigado por sua gestão no Consórcio Nordeste, que firmou contrato de R$ 49 milhões para compra de respiradores durante a pandemia — aparelhos que nunca foram entregues.
A investigação ainda tramita no STJ e segue como um dos pontos de desgaste do núcleo duro do governo.
👉Waldez Góes: Um condenado no ministério
Ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes foi condenado por peculato em 2019 — sentença que ainda aguarda decisão final no STF. A nomeação de um réu por desvio de recursos públicos causou revolta em setores da sociedade civil e foi criticada por organizações de combate à corrupção.
Outros escândalos
• Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) – Condenada por improbidade administrativa quando prefeita de Olinda.
• Flávio Dino (Justiça) – Investigado por irregularidades em contratos no Maranhão (caso arquivado).
• Nísia Trindade (Saúde) – Exonerada em 2025; não há acusações criminais, mas sua saída refletiu instabilidade política.
A presença de ministros envolvidos em escândalos e investigações abala a confiança na prometida “nova era” do governo Lula. Embora alguns casos estejam em fase de apuração ou tenham sido arquivados, o número e a gravidade das denúncias colocam o governo sob intensa pressão.
A sociedade brasileira espera respostas — e, acima de tudo, ações concretas contra a impunidade, seja qual for o lado do poder.