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Janja: A Primeira-Dama Sem Cargo que Ultrapassa os Limites do Decoro Oficial

Desde que Luiz Inácio Lula da Silva reassumiu a presidência do Brasil, sua esposa, Rosângela da Silva — conhecida como Janja — tem sido figura constante nos holofotes. Diferentemente de outras primeiras-damas que se mantiveram em posições mais discretas ou protocolarmente institucionais, Janja atua com desenvoltura e protagonismo, embora não ocupe qualquer cargo oficial no governo.

Apesar de se apresentar como articuladora política, cargo que nunca lhe foi oficialmente conferido, Janja tem acumulado episódios polêmicos que vão de quebras de etiqueta diplomática a declarações desrespeitosas. Seu comportamento tem gerado críticas dentro e fora do país, colocando em xeque os limites do papel de uma primeira-dama em um regime republicano.

Críticas e Constrangimentos Internacionais

Um dos momentos mais controversos ocorreu quando Janja xingou publicamente Elon Musk, empresário de relevância global e agora membro da equipe de transição de Donald Trump. No mesmo evento, ao ser abordada por uma mulher que participava do encontro, respondeu de maneira ríspida e grosseira, provocando desconforto entre os presentes.

Mais recentemente, durante encontro entre os presidentes Lula e Xi Jinping, da China, Janja mais uma vez extrapolou os limites do protocolo. Em um comentário impróprio, afirmou que o algoritmo do TikTok favorece a direita, sugerindo que a plataforma deveria ser regulada ou até banida. O presidente chinês respondeu com frieza, afirmando que o Brasil tem legitimidade para tomar decisões nesse sentido, mas o comentário foi interpretado como um constrangimento diplomático desnecessário.

Desdém em Temas Sensíveis e Tragédias

Outro episódio que gerou indignação foi a atitude de Janja durante as enchentes no Rio Grande do Sul, em setembro de 2023. Enquanto o estado enfrentava uma de suas piores tragédias, a primeira-dama, ao desembarcar na Índia, foi filmada fazendo uma “dancinha” alegre, o que soou como desrespeito diante do sofrimento de milhares de brasileiros.

No mesmo tom, ao ser questionada sobre a morte de Francisco Wanderley Luiz, responsável por um atentado na Praça dos Três Poderes, Janja respondeu com deboche, rindo da situação e dizendo que o “bestão lá acabou se matando com fogos de artifício”. A declaração foi considerada de extremo mau gosto por analistas e veículos da imprensa.

Participação Irregular em Campanhas Eleitorais

A atuação de Janja também tem ultrapassado os limites legais ao interferir diretamente em disputas eleitorais. Durante a pré-campanha à prefeitura de São Paulo, ela apareceu em vídeo ao lado de apoiadoras do candidato Guilherme Boulos (PSOL), relembrando um episódio polêmico registrado em boletim de ocorrência contra o adversário, o que gerou debate sobre uso da máquina pública e quebra de imparcialidade.

Ativismo Pessoal ou Desrespeito Institucional?

A crescente presença de Janja em temas centrais do governo, sem qualquer cargo oficial ou respaldo legal, levanta uma discussão importante sobre os limites do papel da primeira-dama. Sua atuação tem ultrapassado o que se espera de alguém que não detém mandato ou função pública, e os repetidos deslizes de etiqueta e de bom senso podem impactar não apenas a imagem do governo, mas também as relações institucionais do Brasil no cenário internacional.

Em uma democracia sólida, é essencial que os papéis estejam bem definidos. O ativismo político pode até ser legítimo, mas quando confunde-se com arrogância e intervencionismo, torna-se um risco à estabilidade institucional e à credibilidade do próprio governo.

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